Paraphernalia e eu.

Da esquerda para a direita: Renato Massa, Joca Perpignan, Donatinho, Marlon Sette, Leandro Joaquim, Felipe Pinaud, Alberto Continentino e Bernardo Bosísio.

Da esquerda para a direita: Renato Massa, Joca Perpignan, Donatinho, Marlon Sette, Leandro Joaquim, Felipe Pinaud, Alberto Continentino e Bernardo Bosísio.

Todo mundo sabe que eu tenho um irmão mais velho, que coleciona discos de vinil e é o meu personal life’s savior. Dentre os milhões de prazeres que ele me apresentou, um se tornou a minha paixão de 2009: a banda Paraphernalia.

Em meados de 2008, meu irmão, dentista conceituadíssimo e músico nas horas vagas, vizinho e amigo do trombonista Marlon Sette, foi convidado pelo mesmo para discotecar em uma festa que a banda promoveria no Cine Lapa, casa noturna do Grupo Matriz, na Rua Mem de Sá.

Desconhecendo a banda e com o espírito displicente, compareci ao baile para prestigiar meu irmão. Foi um dia confuso e alguma discussão de relacionamento me fez abandonar o show no meio (devia, sinceramente, ter prestado mais atenção na banda). Havia umas 5o pessoas na casa quando eu fui embora, acho. Entretanto, a sensação geral da noite tinha sido um choque: aquela não era uma banda comum, dessas que tocam por aí. Vida correndo, além da namorada estava trabalhando muito em um estúdio de masterização e deixei passar.

Marlon Sette @Pista 3

Marlon Sette @Pista 3

Em janeiro de 2009, eu havia abandonado o estúdio e a namorada havia me abandonado. Eu tinha tempo e agora trabalhava com produção cultural por minha conta e risco. Um belo dia, novamente meu irmão me convida para ir ao show da mesma Paraphernalia, dessa vez no Bar Semente, também na Lapa. Com uma vaga lembrança da banda, o espírito livre (ah, Ray Barretto) e cheio de disposição, fui ao show.

Quando eles começaram a tocar, eu me posicionei encostado em uma pilastra, no centro de uma semi-lua formada pela banda, e naquele espaço o som era REDONDO. Eu ouvia cada palheta, cada timbre, som flat e enlouquecedoramente bom. Os gringos, figuras folclóricas da lapa, entravam no bar e ficavam fascinado, com os olhares frenéticos entre a banda e as suas próprias caras incrédulas. Do outro lado da rua, pessoas se amontoavam. Trombone, trompete, flauta, e eventualmente o Donatinho com o seu agôgo, tocavam para a janela.  Todo mundo dançava dentro do bar, literalmente todo mundo. Entorpecente é o melhor adjetivo para aquela noite. Fui dormir as 5 da manhã, depois de muitas horas de pesquisa entusiasmada sobre a banda. Quando deitei para dormir tinha duas certezas:

Felipe Pinaud @Pista 3

Felipe Pinaud @Pista 3

–  Aquilo não era um show. Era uma festa, um estado de espírito.

–  Eu iria investir o que eu pudesse para divulgar a banda e queria de qualquer jeito trabalhar com eles.

O resultado da minha pesquisa entusiasmada foi tão assustador e impactante quanto o show em si. Tão logo comecei a ler a respeito daqueles músicos me deparei com uma vergonha sincera por não conhecer o trabalho deles antes, e entristecido por comprovar que na mídia não se valoriza a genialidade de diversos instrumentistas e compositores brasileiros. (Talvez por isso eu prefira fazer resenhas sobre as coisas das quais eu posso falar bem) Com efeito, a lista de realizações indivíduais de cada um dos oito integrantes é tão extensa e laureada que eu não saberia nem por onde começar. A pesquisa vale a pena, e começa no myspace da banda. Recomendo FORTEMENTE passagem pelos myspaces individuais dos músicos.

Logo em fevereiro, comecei a levar todos os amigos que podia para o Paraphernalia ( que sempre obtinha 100% de aprovação dos que compareciam) e comecei também a negociar com o Sr. Leo Feijó (espécie de John Rockfeller da noite carioca) um espaço na Zona Sul para a banda fazer uma festa. Feito um acordo sublime com o Grupo Matriz, agora eu tinha que convencer a banda. Não foi difícil, mas foi tenso.

Bernardo Bosísio empunhando a cítara durante a minha música favorita : "Com mais curry, por favor (ou o nirvana de George Harrison)"

Bernardo Bosísio empunhando a cítara durante a minha música favorita : "Com mais curry, por favor (ou o nirvana de George Harrison)"

E agora, desde maio, temos um projeto, toda terça-feira, na Pista 3 (não Grupo Matriz, vocês não vão me convencer a chamar de “o” Pista 3) que já contou com a participação de gente como Hyldon, Kassin (L), Stephan San Juan, Domenico, Katia B, entre outros (essa semana tem Jonas Sá) Ainda tivemos Thalma de Freitas, Ronaldo Bastos e Vanessa da Matta na platéia.

A única promoção da noite é: “satisfação garantida ou o dinheiro do seu ingresso de volta” Se você não gostar da banda, reembolsaremos seu ingresso.

Ainda acho impressionante que agora eu vejo os músicos praticamente todo dia em algum canto: Ou tocando no show da Adriana Calcanhoto, ou no dvd do Marcos Valle, ou nas badaladas (e proibitivas) noites do Copa Bar, ou tocando numa festa de Jazz em Santa teresa ou na Lagoa. Eles são parte da alma musical do país e vocês podem descobrir isso de maneira surpreendente.  E esse projeto merece atenção por que Paraphernalia é a banda deles.

Contada a história e feito o jabá, vai o serviço completo para amanhã:

PARAPHERNALIA

TERÇAS de JUNHO na PISTA 3.

Terça, 23 de Junho – 23:30

Participação especial: JONAS SÁ

DJ residente: Pedro Rios

LISTA AMIGA: paraphernaliabrasil@gmail.com

Preços promocionais só até junho:

R$ 8 até 23:00 (na lista amiga)

R$ 12 depois de 23:00 (na lista amiga)

R$ 15 preço normal.

Arte do Flyer e link para o perfil do orkut:

parapha

4 Respostas para “Paraphernalia e eu.

  1. bem lembrado falar de Paraphernalia, Pedroow

    a boa de amanhã? sim sim. sair do último dia de aula e ir pra lá. hahaha

  2. queria saber o nome do saxofonista que fez participação ontem 02/09, no show do paraphernalia. a banda é o maximo e o cara tb arrasou.
    obrigada.

  3. Belo encontro com a boa música.
    Eu amei.

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